Letras, palavras e frases – A mágica de nosso alfabeto.

    Quão mágico é a capacidade humana de formar palavras e transcrevê-las para um meio físico! Letra após letra, palavra após palavra, frases e parágrafos. E se vai colocando tudo em ordem, para dar um sentido ao que o ser humano quer comunicar aos demais.

O nosso alfabeto

    Através do tempo, de geração em geração, o alfabeto foi evoluindo, o desenho das letras também, a formação da frase e… nasceu o texto. O texto cresceu ao ponto de contar uma história.

    E, surpresa, o leitor ao ler o texto, acompanhando com o olhar as palavras coloca a sua imaginação para funcionar e “vai vendo”, como num filme, o desenrolar da história. Aí o texto deu vida a uma imagem.

    Desde lá atrás, nos primeiros bancos escolares, estamos em luta permanente com as 26 letras de nosso alfabeto, mais alguns outros pontos, acentos, etc. As letras K, W e Y, mesmo que não oficialmente, já faziam parte desta luta e depois com o acordo ortográfico hoje em vigor foram incorporadas ao nosso alfabeto(1).

Com estas 26 letras alguém pode escrever um poema de amor. A letra de uma música. Um artigo onde um cientista pode expor as suas descobertas sobre a cura de determinada doença. A sentença de um Juiz, condenando ou absorvendo alguém. Uma dissertação explicando como funciona as leis do universo. Enfim, textos que podem trazer conhecimento, esperança, sonhos, tristezas, recordações…

Com estas 26 letras, Érico Veríssimo, um de meus escritores favoritos, escreveu os volumes que compõem a saga gaúcha o Tempo e o Vento. Com 26 letras…e os acentos diacríticos (acentos, pontos, til, cedilha, etc).

Fico olhando para as letras do alfabeto no teclado do computador. O tempo de aprendizagem de uso do teclado, as habilidades, tornam as atividades de digitação automatizadas. O cérebro vai formando palavras e os dedos, robotizados, vão digitando. Se a gente procura onde está determinada letra do alfabeto ao digitar a digitação fica mais lenta. Melhor é não olhar para o teclado.

   É muito mágico!

   Fico lembrando de um dos meus primeiros professores, lá na infância. Era uma grande luta montar as palavras com as letras da cartilha, recém conhecidas. A surpresa de ver as frases sendo formadas – começo das frases sempre com letra maiúscula. Uma descoberta a cada momento. Frases truncadas, com erros, um amontoado de palavras que depois eram corrigidas e o caminho certo mostrado. Depois do aprendizado com as pequenas frases vinha a formação de parágrafos mais longos onde uma história era contada. Todo dia de aula começava com uma redação. Estudávamos na fazenda e escrevíamos sobre o nosso cotidiano.

   Voltando ao alfabeto.

   As 26 letras são democráticas, podem ser escritas com lápis, caneta esferográfica, caneta tinteiro – com pena folheada a ouro, giz, os tipos de uma máquina de escrever (quem ainda usa uma?), um processador de texto no computador e no smartphone. E, as letras podem ser utilizadas por ricos e pobres.

    A minha professora de português do antigo ginasial no CEDE, dona Delze, bem que tentou ensinar aos seus alunos regras para escrever corretamente um texto. Não sei os meus colegas de classe, mas quanto a mim continuo tentando ordenar estas 26 letrinhas de forma correta. As regras são muitas e as possibilidades de errar maiores ainda.

   Quando alguém pronuncia uma palavra a sua voz produz o som. Este som possui uma frequência de oscilação não visível. Está fora do campo de visão de nossos olhos. Mas quando a palavra é escrita num meio físico – o papel, por exemplo – aquilo que foi dito fica anotado, sedimentado, documentado, ancorado… Sim, ancorado.

   A humanidade vem escrevendo a sua história faz muito tempo. Foram feitas muitas descobertas de materiais base para a transcrição da palavra(2,3). Os idiomas foram se aperfeiçoando. Muito do que foi escrito não chegou até nós. Foi destruído por catástrofes naturais, guerras, fogo, opiniões políticas e religiosas(4).

Para terminar, na fotografia acima, um texto para leitura e como demonstração do poder das palavras na formação de imagens. O texto foi extraído do livro A Vida de Moisés(5), editado pela Ordem do Graal na Terra, cujo autor preferiu ficar no anonimato.

 

Referências:

1- https://duvidas.dicio.com.br/alfabeto-completo-da-lingua-portuguesa/

2- https://pt.wikipedia.org/wiki/Escrita_cuneiforme

3- A Verdade sobre os Incas. Roselis von Sass. Editora Ordem do Graal. Embu das Artes – SP. 1977.

4- História Universal da Destruição de Livros. Fernando Báez. Editora Ediouro Publicações S.A. Rio de Janeiro – RJ. 2006.

5- https://www.graal.org.br/collections/livros-de-bolso/products/a-vida-de-moises