A comprovação científica de fenômenos naturais – caminhando da filosofia à ciência, é feita através de Modelos Matemáticos². Partindo da observação ou de um problema no mundo real, a ciência formula o modelo matemático (uma equação, por exemplo), resolve, tira as conclusões e interpreta os dados obtidos. Se o fenômeno estudado não se encaixa perfeitamente no modelo matemático, não é a natureza que está errada, mas sim, o modelo matemático. É hora de refinar a interpretação matemática ou partir para um novo modelo que possa retratar melhor a realidade.
O britânico Isaac Newton, grande observador dos fenômenos naturais, conseguiu demonstrar matematicamente estes fenômenos e nos legou algumas leis muito importantes no campo dos movimentos mecânicos, sendo a lei da gravidade a mais conhecida.
A lei da gravidade, exemplificada com a queda da maçã da macieira, nasceu da observação de um fenômeno natural. Na época de Newton logicamente era sabido que as frutas já caiam das árvores, mesmo antes da formulação desta lei – veja no final da página um exemplo simples de modelo matemático.
As três Leis de Newton¹ (Inércia, Dinâmica e Ação e Reação) também, são conhecidas por estudantes do ensino médio, sem as quais não poderiam estudar, nas aulas de física, o grande campo da mecânica.
A filosofia, com o passar do tempo, foi dando lugar à ciência, na medida que as observações filosóficas foram sendo comprovadas cientificamente. O fenômeno em si mesmo continuava existindo, como antes, mas agora com a explicação da ciência que foi formando, assim, o corpo de conhecimentos científicos sobre os mais variados assuntos.
Se comprovada cientificamente é ciência. Sem comprovação científica é filosofia. Assim se orienta o caminhar da humanidade.
Voltando ao Newton: o próprio título de seu livro “Principia. Princípios Matemáticos de Filosofia Natural” (publicado pela primeira vez em 1687), já mostrava este caminhar da filosofia à ciência.
Se voltarmos 3000 anos no tempo, através de um levantamento de obras que chegaram até a época atual, podemos ver que a filosofia predominava. Não havia um conjunto de ferramentas – laboratoriais ou matemáticas, para comprovar e dar credibilidade as observações filosóficas.
Sem comprovação ou a pessoa acreditava, baseado em suas observações e intuição ou não dava crédito, aguardando que alguém solucionasse o problema.
Todo o Universo é regido por leis naturais. Com o surgimento de novas ferramentas de cálculo, mentes observadoras conseguiram criar modelos matemáticos, capazes de descrever cientificamente os fenômenos naturais materiais, visíveis e palpáveis.
Visíveis e palpáveis, mais o invisível continua existindo e só é percebido pela intuição, algo que os modelos matemáticos não conseguem comprovar.
O telescópio e o microscópio são ferramentas de comprovação da existência de dois mundos. O primeiro de mundos distantes, grandes, na escala de anos-luz e o segundo de mundos pequenos, na escala micro, como as bactérias. Há alguns séculos, por exemplo, ninguém acreditaria na possibilidade de existir milhões de bactérias passeando sobre a pele do corpo de um ser humano, umas benéficas e outras nem tanto.
O fato de ainda não ser comprovado cientificamente não quer significar que não existe, que está errado. Apenas ainda não está comprovado ou é algo que realmente não terá comprovação matemática. Continua sem um modelo matemático.
Por exemplo, qual o modelo matemático do amor? Da esperança? Do entusiasmo? Do heroísmo?
O amor, a esperança, o entusiasmo e o heroísmo devem ter suas existências negadas, até que alguém possa enquadrá-los num modelo matemático?
Abaixo um exemplo simples de modelo matemático.
¹James Stewart – Cálculo – Volume I – 5ª Edição. Pioneira Thomson Learning. São Paulo-SP. 2006
²Isaac Newton – Principia. Princípios Matemáticos de Filosofia Natural – Editora Edusp. 2ª Edição. São Paulo–SP. 2012.
José Araújo
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