A lógica das coisas

Você recebe de alguém uma informação ou notícia sobre determinado acontecimento. Diante do que já viveu e vivenciou, suas experiências de vida,  resoluções anteriores, você procura dar um significado à informação recebida. Nasce daí o seu ponto de vista sobre o assunto. Mas, cada um tem o seu próprio ponto de vista e então qual é a lógica das coisas?

Ter a informação, estar de posse da informação é apenas o primeiro passo. A informação em si, sem saber o que vai fazer com ela, não é utilizável de forma construtiva.

O ponto de vista de cada um vai, a cada momento, sendo construído e vai se aproximando da realidade. É como se uma pessoa diante de um mapa do Estado de São Paulo fosse escalado para anotar a localização de cada cidade.  Somente com uma boa bagagem anterior sobre geografia ele vai concluir a tarefa com êxito. Isto é assunto para especialistas.

As qualificações para um bom ponto de vista são, principalmente:

Conhecimento –  “O conhecimento é o que cada sujeito constrói – individual e coletivamente – como produto do processamento, da interpretação, da compreensão da informação. É, portanto, o significado que atribuímos à realidade e como o contextualizamos.” ¹

Habilidade – Conjunto de qualificações para o exercício de uma atividade ou cargo. Se você quer ser pedreiro e não tem este “conjunto de qualificações” vai precisar batalhar para consegui-las primeiro.

Atitude – “Circunstância de pensamento e de vontade que indica a orientação seletiva de alguém diante de um problema ou de uma situação que diga respeito a pessoas, objetos, instituições etc., podendo envolver uma dimensão cognitiva, afetiva ou comportamental.”²

Intuição – Você pode estar achando estranho a inclusão da intuição na análise de uma informação. Ela é o diferencial que vai tornar o seu ponto de vista o mais perto possível da realidade.  Escrevendo esta frase estou lembrando das aulas de limites (matemática) no segundo grau.

Lembrando que a informação é a mensagem recebida. As fontes de informação podem estar no jornal, rádio, TV, telefone, internet, livro, na forma verbal numa conversa com alguém, etc.

Voltando ao pedreiro do exemplo acima: quando atingir este grau de competência ganha junto à sociedade e principalmente diante daqueles que precisam se seus serviços a necessária credibilidade.

A credibilidade ganha somente aqueles que têm profundo conhecimento sobre determinado assunto, profissional ou não. O indivíduo pode ter a maior credibilidade para resolver problemas e implementar ações em uma situação e ser ignorante em outros assuntos.

Lógica, no sentido que escrevo aqui neste espaço, deve ser entendida como “modo pelo qual se encadeiam naturalmente as coisas ou os acontecimentos”².  A lógica das coisas é o funcionamento das leis da criação ou leis do universo, independente da concordância ou não das pessoas, se acreditam ou não. Por exemplo, a lei da gravidade: se as condições do ambiente onde ocorre não alterar, os resultados também não alteram. 

Para saber se há lógica em um determinado fenômeno ou acontecimento, é necessário o movimento do pensamento e das ações,  num exame irrestrito e sem lacunas,  de tudo que está a nossa volta, incluindo aí as informações que chegam a cada instante.

Este exame irrestrito e sem lacunas deve ser aplicado também aos textos que escrevo aqui.

Para se tornar competente nesta análise rigorosa, é necessário utilizar o que Howard Gardner chama de inteligências múltiplas existentes em cada ser humano.³

Com a ajuda acentuada da intuição.

¹Definição de conhecimento do “Referencial de Qualidade da Educação Superior a Distância”.
²Definição do dicionário Michaelis. 
³Howard Gardner – Estructuras de la mente. Teoria de las Inteligencias múltiples. 

José Araújo

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